Resenha literária sobre o livro "A História do Olho", de George Bataille. Impressões de Janilson Fialho
O texto abaixo foi publicado originalmente no blog Dito & Feito (confira ele nesse blog também), do meu nobre professor de música Wellington Farias e de sua esposa e companheira de trabalho jornalístico, Eloise Elane, no dia 22 de fevereiro de 2022. Esse texto foi um dos primeiros que escrevi ao público.
A História do Olho, de George Bataille
Por Janilson Fialho (*)
A História do Olho foi publicado em 1928 por George Bataille usando o pseudônimo de Lord Auch, esse livro é considerado a expressão máxima do erotismo na literatura do século XX. A estreia de Bataille na literatura foi uma sugestão do psicanalista dele, foi assim que A História do Olho nasceu, uma elaboração quase autobiográfica dos seus traumas de infância, e também com uma inspiração no marquês de Sade.
O texto pode ser um pouco complicado no início, e pode chocar o leitor, pois o autor explora uma dimensão filosófica entre o erótico, a violência e a morte, e essa exploração repulsiva vai escalonando, fazendo o leitor engatar de uma vez na história, porque sempre fica uma dúvida no ar, que é: isso pode ficar pior? Será que ele ainda pode mostrar algo mais grotesco do que já foi apresentado?
Bataille apresenta um personagem narrando a própria história envolto em uma atmosfera surrealista francesa bem típica do início do século XX, e em um mundo adulto que oferece aos personagens uma história que envolve orgias, sadismo, loucura, tortura e assassinato, sempre visto de forma apática ou de contemplação pelas figuras adultas. O autor pretende observar até onde a sua mente poderia chegar, se consegue superar um limite moral, o que pode parecer doentio por ter tanta coisa grotesca.
"O erotismo é a provação da vida sobre a morte", essa frase define o autor, porque para ele o erotismo é fazer sexo pelo sexo, pelo prazer do sexo, de uma maneira desapegada de sentimentos, ou seja, erotismo faz do amor um fim em si mesmo, não um meio para prolongar a espécie.
(*) Janilson Fialho é violonista clássico e reside na cidade de Serraria (PB)
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