O ciclo do Ressentimento: comentário sobre o Estado de Israel e a violência contra civis palestinos

Por Janilson Fialho

É perturbador constatar que há evangélicos no Brasil defendendo o genocídio e o desprezo pela vida humana promovidos pelo exército do Estado genocida de Israel. Fico a me perguntar: que deus é esse que eles idolatram, e como podem afirmar com tanta convicção que ele escolheu esse Estado para justificar massacres tão impiedosos contra civis? Paulo Freire estava certo ao afirmar que “quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor”.

O Estado de Israel parece continuar adorando um deus vingativo, marcado por um ethos ressentido — como bem observa Nietzsche na Genealogia da Moral, ao criticar as origens do moralismo judaico e seu espírito de revanche. Nesse sentido, não é de se estranhar que esse Estado reproduza hoje práticas semelhantes às que sofreu no passado, durante o regime nazista. Contudo, em vez de dirigir sua vingança aos opressores históricos, ela é canalizada contra um homo sacer, um ser humano reduzido à condição de matável, sem valor político — conceito elaborado por Agamben.

Assim, o Estado de Israel, agindo com a impunidade de quem se crê moralmente legitimado, e que se afirma "destinado" por deus a tomar aquela terra, perpetra crimes que são ignorados ou relativizados pela comunidade internacional. O ciclo do ressentimento não foi rompido; foi apenas deslocado. A dor do passado foi instrumentalizada como justificação para a opressão do presente.

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