Sobre o livre arbítrio em Santo Agostinho
Sobre o livre arbítrio em Santo Agostinho
Por Janilson Fialho
Cometer o mal, segundo Santo Agostinho, não é nada mais do que submeter a vontade às paixões, ou ainda, é preferir no lugar dos bens propostos pela fé eterna uma satisfação pessoal. Além do mais, isso só é possível pela livre opção de nossa vontade (Cr. Do livre arbítrio). Essa é a perspectiva desse filósofo e teólogo do início da idade média sobre como o mal pode agir pela vontade do ser humano, e como tal coisa pode acontecer por meio do nosso livre-arbítrio. A seguir irei explorar mais essa ideia interessante.
"O mal não é um ser, mas deficiência e privação de ser. Do ponto de vista metafísico-ontológico, não existe um mal no cosmos, mas apenas graus inferiores de ser, em relação a Deus, graus esses que dependem da finitude do ser criado e dos diferentes níveis dessa finitude. Mas mesmo aquilo que, numa consideração superficial, parece 'defeito' (e, portanto, poderia parecer mal), na realidade, na ótica do universo, visto em seu conjunto, desaparece. Já o mal moral é o pecado. Esse depende de nossa má vontade. E a má vontade não tem 'causa eficiente', e sim muito mais, 'causa deficiente'. Por sua natureza, a vontade deveria tender para o Bem supremo. Mas, como existem muitos bens criados e finitos, a vontade pode vir a tender a eles e, subvertendo a ordem hierárquica, preferir a criatura a Deus, optando por bens inferiores, em vez dos bens superiores." (Cr. Do livre arbítrio).
"você é livre, faça o que bem entender, porém, a vida feliz e longeva é como uma ilha, e sua vida é como um barco navegando em alto mar, deste modo, poderá você seguir por águas desconhecidas sentindo o frescor da brisa do excesso de liberdade, mas se perdendo no meio do mar; ou poderá ser como o navegante prudente que tem um senso de direção aplicado ao destino de tal ilha." (Cr. Sobre a vida feliz).
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