Os quatro significados (nomes) do ser, segundo Aristóteles
Os quatro significados (nomes) do ser, segundo Aristóteles
Por Janilson Fialho
Aristóteles procurou redigir um tipo de tábula que pudesse reunir todos os significados do ser. Assim, ele distingue quatro grupos de significados:
- O ser como categorias;
- O ser como ato e potência;
- O ser como acidente;
- O ser como verdadeiro.
1. O ser como categoria é fundamental para representar tudo o que existe no mundo. Desta forma, define-se o ser como a substância básica e essencial de todas as coisas, que é composta por suas propriedades e qualidades. Vejamos o seu esquema, ou tábula, das categorias: substância, quantidade, qualidade, relação, tempo, espaço, paixão, ação, posição, e hábito. Contudo, as categorias, para são proposições acerca das características de um ser.
2. O ser como ato e potência é explicada da seguinte maneira: o ato é a forma assumida por um ser em um determinado momento da existência, e sua realização, isto é, atualização da potência, é segundo um fim inerente ao ser. Já Potência é aquilo em que é possível algum ser se transformar em virtude desse fim próprio. Assim, uma semente é uma potência da árvore, por exemplo. Contudo, a potencialidade de algo só pode ser realizada por meio da atualização, e que a atualidade, por sua vez, leva a novas possibilidades de potencialidade. Dessa forma, o ser de uma coisa é compreendido como um processo dinâmico e contínuo de movimento entre o potencial e o atual. Enquanto o potencial representa o que uma coisa pode vir a ser, o atual representa o que ela é de fato. O ser, assim, é visto como uma síntese entre essas duas dimensões.
3. O ser como acidente é, ao contrário da substância, o predicamento básico do ser. Desta maneira, o acidente é uma característica secundária que pode ser adicionada ou removida de uma substância sem alterar a sua essência. O acidente é definido como uma qualidade ou característica que não é essencial para a substância, mas que pode ser acidentalmente associada a ela. Por exemplo, a cor de um objeto é um acidente, porque pode mudar sem alterar a natureza da substância. Da mesma forma, a idade ou a posição de um objeto são acidentes, pois podem ser alterados sem mudar sua essência.
4. O ser como verdadeiro é eterno e anterior ao não-ser, ou seja, já existindo em atualidade antes de potencialidade, e ele pode ser chamado de "lógico". O ser como verdadeiro indica, portanto, o ser do juízo verdadeiro. De acordo com o Estagirita, o ser verdadeiro significa dizer a verdade em conformidade com os fatos. Portanto, o ser como verdadeiro e o não-ser como falso não são mais do que o pensamento que pensa a realidade nas suas diferentes categorias, ou melhor, não são mais do que as operações de unir e separar o ser das categorias, movendo-se em sua base estrutural ontológica.
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