Comentário: sobre o livre arbítrio e a liberdade, por Janilson Fialho
Comentário: sobre o livre arbítrio e a liberdade
Por Janilson Fialho
Faremos um pequeno comentário acerca da diferença entre "livre árbitro" e "liberdade".
Vamos afirmar logo que o livre arbítrio não é igual a liberdade! Santo Agostinho diferenciou claramente esses dois conceitos. O livre arbítrio é a possibilidade de escolher entre o bem e o mal; enquanto que a liberdade é o bom uso do livre arbítrio.
O livre-arbítrio, para a Agostinho, é: eu posso fazer isso, posso fazer aquilo, mas só vou fazer isso porque eu quero fazer o bem; eu posso fazer o mal, mas eu não quero. Isso é um grande conflito que mostra que ninguém obriga o outro a querer, pode obrigar o outro a fazer, mas não a querer. O conflito é interno, que é algo novo na filosofia até aquele momento, veja: eu sei o que é o bem, sei o que é a virtude, mas eu não quero o bem. Esse um ponto primordial de Agostinho, pois ele desnuda a natureza humana contraditória de suas escolha.
O sujeito que é sábio, ou seja, aquele que é moderado, virtuoso, temperante, e que tem a frugalidade na alma, sabe o que é bom para si e para os demais. Portanto, este sujeito que é LIVRE dos vicios e excessos, é ele LIVRE para seguir somente pelo caminho do bem. Pois a Liberdade só faz o bem. O livre arbítrio é igual o terceiro navegante da metáfora do livro "Sobre a vida feliz", de Agostinho, ou seja, um meio termo entre ser bom e mau. Saber o que é certo, mas não saber como fazer o certo. Já o homem sábio, contudo, livre da prisão da estultícia, sabe muito bem como agir.
Comentários
Postar um comentário