As principais ideias aristotélicas relacionadas ao estudo da metafísica como usiologia
As principais ideias aristotélicas relacionadas ao estudo da metafísica como Usiologia
Por Janilson Fialho
A concepção aristotélica de usiologia da substância é considerada polivalente, o que significa que ela tem múltiplos significados ou interpretações a seu respeito. Aristóteles acredita que a substância era a realidade fundamental da existência e que ela poderia ser entendida de maneiras diferentes, dependendo do contexto.
Primeiramente, a questão da substância aristotélica é marcada por três linhas de força interconectadas. A primeira linha de força diz respeito à natureza ontológica da substância, ou seja, o que a torna uma entidade existente e autônoma. A segunda linha se refere à relação entre a substância e seus acidentes, ou seja, as características que a substância pode ter, mas que não são essenciais para sua existência. E a terceira linha de força trata da relação entre a substância e a linguagem, ou seja, como as palavras que usamos para nos referir às substâncias correspondem à sua natureza ontológica. Agora partimos de fato a questão da substância.
Entende-se, portanto, que substância é composta pela essência e pela matéria; assim a teoria do filósofo pressupõe que tudo o que existe é composto por alguma forma de substância, e que ela é a essência da coisa, como também por uma matéria, que é a base física dessa substância. Desta maneira, compreende-se que a polivacidade, ou multiplicidade, da substância refere-se ao fato de que as coisas podem ter várias "versões" de substância, mas dependendo do contexto em que são avaliadas, ou seja, isso significa que a substância de uma coisa pode ser diferente dependendo do ângulo sob o qual é analisada. Por exemplo, a substância pode se referir a uma coisa individual e específica, como um "gato" ou uma "árvore", ou pode se referir também a uma categoria universal, como, por exemplo, um "animal" ou uma "planta". Além do mais, a substância pode ser vista como tendo matéria e forma, ou seja, são compostas por elementos físicos e palpáveis; mas, por outro lado, ela também pode ser como uma forma pura, isto é, sem matéria, por isso, não podem ser tocadas ou vistas.
Assim como foi dito antes, isto é, que a substância é o que permanece idêntico a si mesmo, mesmo que suas propriedades possam mudar. Vemos também que Aristóteles acredita que a substância é a essência de um objeto, ou seja, aquilo que faz com que esse objeto seja o que é e não outra coisa. Ele afirma que as propriedades de um objeto, como cor, tamanho, textura, entre outras coisas, podem mudar sem alterar sua substância, que permanece idêntica a si mesma. Por exemplo, um carro pode mudar de cor, modelo ou ser reparado, mas ainda assim será um carro, porque sua substância, ou sua essência, permanece a mesma. Para o Estagirita, a substância seria algo que não pode ser reduzido a suas partes, é isso o que dá identidade ao objeto e o torna distinto de qualquer outro.
Desta maneira, chega-se ao ponto na sua teoria onde se afirma que existem duas categorias de substâncias: a substância primeira (ou seja, o que existe em si mesmo) e a substância segunda (ou seja, o que existe em outra coisa). De acordo com Aristóteles, a substância primeira é aquela que existe em si mesma e não depende de outra coisa para existir. É o caso dos seres que são individualizados, como os animais, as plantas e os objetos inanimados, por exemplo. Já a substância segunda é aquela que existe em outra coisa, como as qualidades e as quantidades. Essas categorias de substâncias são importantes para Aristóteles porque a substância primeira é a base de todo o conhecimento e é através dela que podemos entender as outras categorias de substâncias. Além disso, a distinção entre substância primeira e substância segunda é fundamental para a compreensão da natureza dos seres e para a elaboração da ontologia.
A forma e a matéria são entendidas como sendo juntas para a constituição da substância completa de algo, ou seja, a substância completa de algo é formada pela união da forma e da matéria. A forma é o que dá estrutura, organização e identidade à matéria, enquanto a "matéria" é a matéria-prima que é moldada pela forma. Para Aristóteles, a forma não pode existir sem a matéria, assim como a matéria não pode existir sem a forma. Ambas são necessárias para que algo seja considerado uma substância completa.
Contudo, temos a noção de que todas as substâncias têm um fim intrínseco e natural, que é a razão de sua existência. Essa ideia está relacionada aqui com a noção de que todas as coisas no universo têm um objetivo ou propósito específico. Segundo o filósofo, cada substância tem uma essência, que é a sua natureza fundamental e única que define o seu propósito ou função, e esse fim natural é uma espécie de "destino" que orienta o desenvolvimento e a evolução da substância, levando-a a cumprir o seu propósito fundamental; sendo assim, a realização desse fim é a razão de ser de cada substância.
Concluímos a questão da substância demonstrando inicialmente ela em três diferentes gêneros e expondo a concepção aristotélica sendo essencialmente teleológica (o que resolveremos a seguir). Em outras palavras, a substância é entendida como um ser que possui uma finalidade intrínseca, ou seja, uma razão de ser que está intrinsecamente ligada à sua própria natureza e que são divididas em duas categorias principais, sendo elas: as substâncias materiais e as substâncias imateriais; e que os acidentes não alteram a natureza da substância, ou seja, ela permanece idêntica a si mesma em essência, mesmo que suas propriedades possam mudar; e que ela tem um fim intrínseco e natural.
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