A Natureza da Virtude Moral para Aristóteles, por Janilson Fialho

 A Natureza da Virtude Moral para Aristóteles, por Janilson Fialho 

Na Ética a Nicômaco, o filósofo Aristóteles (384 – 322 A.C.) diz que o conceito de virtude implica com uma formação do ser, isto é, que ninguém é virtuoso por natureza, mas se torna por costume. Portanto, para Aristóteles, a virtude seria adquirida para ser a disposição de fazer o bem por uma mediação por entre dois extremos.

   Aristóteles busca o sentido de Eudaimonia para a vida, esse termo pode ser traduzido, por exemplo, como felicidade. Entretanto, só se pode alcançar a felicidade no decorrer da vida, especificamente depois da infância, porque Aristóteles acredita que as crianças não tem a noção de felicidade ainda; assim, nessa concepção, se chega ao final da vida pelo menos com a noção de felicidade, mas para isso o indivíduo deve ter passado por uma espécie de treinamento que o fizesse praticar às ações virtuosas e ter noção de que às praticou.

   A aprendizagem da virtude acontece de duas maneiras: Uma se aprende por meio de reconhecer a virtude em ato, isto é, a sua prática implica no conhecimento ou na sabedoria; o outro tem por sua gênese os hábitos na experiência, ou seja, a experiência de prazer e dor que dá forma ao gosto pelas ações virtuosas. O que se é dito sobre a virtude ser o equilíbrio entre dois vícios, é que o indivíduo para ser considerado virtuoso, deve possuir conhecimento do seus atos, isto é, a escolha deliberada para se avaliar o caráter com responsabilidade moral, e com isso, Aristóteles apresenta a sabedoria prática, ou seja, a prudência.

   A prudência é para Aristóteles, a atividade racional moderada, ou melhor, é a atitude de pensar de forma cuidadosa antes de tomar a decisão de agir em uma determinada situação. Exemplo disso é a coragem, e sendo a coragem um meio-termo, ela se encontra no meio da falta de coragem, o medo; e do excesso de coragem, a falta de prudência. Outro exemplo de virtude é a fé, ela se encontra no meio da falta de fé e do fanatismo. Assim, pode-se dizer também que os dois extremos (os vícios) se encontram distantes um do outro do que da mediedade, fazendo desses opostos.

   O pensamento aristotélico sobre a natureza da virtude continua sendo atual, exemplo disso aparece na obra Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire, onde ele recomenda a prática do que ele chama de “Bom Senso", isto é, o autor dessa obra busca às práticas da virtude para assim gerar concepções de educação.

   Contudo, o conceito de virtude tende a ser para Aristóteles o constante processo de aquisição cujo o propósito é alcançar o ápice do meio-termo para controlar os vícios, e assim se ter felicidade na vida e alcançar a grandeza da alma.

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