Poema: Repulsa ao sexo: prazer violento, por Janilson Fialho

Repulsa ao sexo: prazer violento


Não é estranho:
Sentimos vergonha de uma cena de sexo,
Mas porque existe esse sentimento complexo?
Por que no oculto se vê
E as vistas dos outros se des-vê,
Por mais contida que ela seja,
Por mais breve que se veja;
Por outro lado,
Não sentimos vergonha da cena visual
De violência brutal,
Torturante
Ou agonizante.

Não é estranho:
Há um prazer macabro,
E que (des)prazer oculto,
Surgindo na sombra como um vulto;
Fazendo da moral uma (i)moral implícita
No sorrir,
Deixando a moral relativa ir
Ao prazer de uma violência explosiva
E corrosiva.

Não é estranho:
Essa moral, que (i)moral oculta,
Que sentiu não repulsa
Por ver a explosão fatal,
Desperdiçando energia no (des)prazer infernal,
Mas em seu contrário,
Sente uma repulsa forte
Por ver dois corpos unidos
Emanando energia de la petite mort.

Seria uma transferência
Da preferência
Do prazer
A violência?
A vergonha oculta
O desejo e o afeto
Se moldando no objeto.
Como é complexo
Essa repulsa ao sexo.

___Janilson Fialho (11/08/2023) 

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