Rainha Elizabeth está morta: agora podemos criticá-la ou elogiá-la?

 Rainha Elizabeth está morta: agora podemos criticá-la ou elogiá-la? - por Janilson Fialho

 Machado de Assis escreveu uma frase no conto O Empréstimo (1881), que é mais ou menos assim: "Está morto: podemos elogiá-lo à vontade". Esta frase nos ensina que alguém só se merece elogios exagerados quando está se morto, já que acabam as possibilidades de novos deslizes, assim foi dito pelo Prof. Cortella. É perceptível que no caso da rainha, o lamento e a satisfação dividam o mesmo espaço; ora, é visível o pranto do opressor e o festejo do oprimido. Entretanto, as críticas destinadas à rainha deviam ter sido mais fortes enquanto ela ainda estava viva, pois parece que estávamos letárgicos ou amedrontados só esperando ela morrer para finalmente expor as contradições da monarca, e veja bem que neste caso a frase de Machado de Assis volta a se fazer presente, porém, com uma pequena modificação: "Está morta: podemos criticar à vontade". Ou seja, só agora ela merece nossas críticas exageradas porque está morta, e os oprimidos comemoram isso porque acabaram-se as possibilidades de novos deslizes por parte da rainha. Contudo, proponho que não fiquemos apenas criticando um cadáver que não está mais aqui, miremos as nossas críticas ao novo rei parasita.

(Escrito no dia 11/09/2022)

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