Liberdade Criativa, por Janilson Fialho
Liberdade criativa.
A liberdade criativa no sistema atonal é para os fortes, porque nosso cérebro não suporta total liberdade, assim construímos prisões para a criatividade, e elas são: o sistema tonal, serial e dodecafônico. Essa prisão mental põe ordem na liberdade, sendo uma maneira de controlar as infinitas possibilidades da criatividade.O controle demonstra até uma curiosidade, que nós trabalhamos bem quando existem limitações. As limitações acabam colocando o cérebro a prova, e assim mostra que podemos ir além do que nos é ofertado; assim digo: dê-me três notas que eu faço uma música com elas, pois, mesmo sendo uma limitação de três notas, posso trabalhar nelas as diferentes alturas de cada uma, posso trabalhar a rítmica, e quem sabe a dinâmica.
A criatividade é estranha, não é linear, e nem se apresenta a qualquer um, na mesma quantidade, e também não se pode controlar o momento a ser criativo. Como diria o compositor Pierre Boulez (1925 – 2016): “Criação existe apenas no imprevisto necessário.”, ou seja, o cérebro sempre pode seguir um jeito diferente de enfrentar uma dificuldade quando se é necessária, encontrando ou não uma solução, e para isso, ele enfrenta e supera tal dificuldade em um momento de puro imprevisto, quanto menos se espera, podemos criar algo fantástico.
Quando nos encontramos em um beco sem saída de um problema criativo, não adianta forçar o cérebro até limite, a solução surge em outro momento, um momento aleatório.
O criador lidando com o seu meio.
Um compositor que saiba lidar com a total liberdade criativa, pode forjar uma obra fabulosa sem se prender a nada, pode ir além das regras de harmonia e das estruturas da música, pode criar um trabalho hermético, mas de fácil entendimento, e usando o pensamento de Boulez mais uma vez para definir este assunto: “A música deve ser uma magia coletiva e histérica.”, e o que isso quer dizer é, que no fim, ela deve atingir de alguma forma o ouvinte, ela tem que atingi-lo não importa como for, se é de forma positiva ou negativa, o importante é instigar o seu pensamento e causar uma emoção qualquer.
O criador lidando com o seu meio.
Um compositor que saiba lidar com a total liberdade criativa, pode forjar uma obra fabulosa sem se prender a nada, pode ir além das regras de harmonia e das estruturas da música, pode criar um trabalho hermético, mas de fácil entendimento, e usando o pensamento de Boulez mais uma vez para definir este assunto: “A música deve ser uma magia coletiva e histérica.”, e o que isso quer dizer é, que no fim, ela deve atingir de alguma forma o ouvinte, ela tem que atingi-lo não importa como for, se é de forma positiva ou negativa, o importante é instigar o seu pensamento e causar uma emoção qualquer.
Porém, o meio não é tão fácil de se domar, não está pronta para qualquer ousadia que venha de forma repentina, e como foi visto na luta atonal no século 20, o tonalismo venceu, e venceu porque muito dos adeptos do atonalismo não souberam conviver com o meio social, não souberam conversar com o público, não souberam falar de forma precisa e explicativa o que estava criando. Mas a genialidade para criar algo novo que fuja do convencional ou da saturação, não está apenas na criatividade dos atonalistas. Vejo que a criatividade está em qualquer sistema, em qualquer modo de fazer música, e a resposta é apenas a maneira que o sujeito faça tal coisa, e também a maneira que ele transmite tal criação.
Creio que um compositor assim, que não tenha limitações criativas e que não seja apegado a estilos ou sistemas musicais, seja algum de tipo de gênio. O contrário desse gênio também existe, e creio que se possa chegar nesse estado de genialidade por meio do trabalho duro, e seguindo modelos e estilos musicais, ou até mesmo tonal. Considero esta via do compositor tonal que segue um estilo musical sendo mais complicada, já que esta via precisa lhe encaixa em um determinado público. Já o primeiro, o atonal (ou tonal), que segue qualquer estilo, pode ser mais fácil de encarar a vida musical, pois, se encaixa com mais facilidade em qualquer meio da música, pois, este não tem barreiras na criatividade.
O gênio e às duas criatividades
A meu ver, creio que genialidade não se limita apenas a característica da criatividade espontânea, ela pode ser mais que isso, possa ser a quebra de um sistema harmônico, pode ser a construção de um movimento musical na sociedade, ou até a forma que o sujeito interaja com a música, pode ser tudo que fuja do convencional. Um exemplo que contrapõe a criatividade espontânea ao ver, e aqui uso o meu próprio método é, que criação das minhas músicas têm como origem o título, elas não nascem na maioria das vezes de uma melodia, e sim de um título, e às vezes, seguindo o que foi dito antes sobre por limites, eu trabalho com os limites da criação utilizando apenas a letras do título da música.
Eu não sou espontâneo melodicamente falando, sigo a base de criação de Stravinsky (1882 – 1971), que é: “Muito antes de nascerem as ideias, começo a estabelecer as relações rítmicas entre os intervalos. Só depois de ter estabelecido minhas relações harmônicas ou melódicas é que passo à composição.”, ou seja, minha base criativa está no estudo de intervalos musicais, conhecendo as suas relações, e a série harmônica. Posso dizer que no meu processo de criação, como já citado, usando as letras dos títulos das músicas como referencial teórico para a cifra, que isso é um processo de criatividade limitado, podendo ser considerado interessante.
Hoje há criatividade exposta para todas as pessoas?
Hoje acredito que vivemos em uma hegemonia tonal de um mercado de canções, então não acredito que todos tem acesso de forma direta ao que vá além do que é convencional, muito do que é ouvido está neste modelo criativo seguindo as estruturas das canções e nada mais além, claro que falo isso se você esperar que o mercado da música lhe ofertar algo diferente do mercadoria pop por conta própria.
Portanto, vejo a necessidade do fim da hegemonia tonal, ou seja, para mim deve-se renascer mais uma tentativa, e que dessa vez seja mais ousada em questionar o sistema tonal e a hegemonia das canções, porque esta se encontra acomodada por muito tempo no mercado musical de massas. Mas, dessa vez, o atonalismo deve ser de fácil acesso popular, nada hermético ou com uma linguagem acadêmica sofisticada, essa barreira mental da academia deve ser derrubada, porque ela põe cada um em determinada bolha. Para os compositores, digo: não fiquem apenas no sistema tonal, porque ele gera comodismo ao compositor, e consequentemente esse comodismo passa para o ouvinte. A criatividade pode ser mais bem desenvolvida, mas como fazer isso sem acabar se parecendo com um louco? Uma boa forma, é variar os estilos, ou pelo menos tentar. Conseguir se adaptar a todos os estilos, tonal, atonal, dodecafonismo, serialismo, e quem sabe até o sistema microtonal, para srr mais direto: seguir todas as formas de música é a solução de criar algo longe do convencional, longe comodismo.
O que quero dizer com essa absolvição de conteúdo como fuga do convencional, é que ela pode ajudar na criatividade, mudar a estrutura dos compositores e dos ouvintes, despertar o interesse para novas possibilidades na música. Uma nova cena musical pode despertar uma nova influência na criatividade musical.
Creio que um compositor assim, que não tenha limitações criativas e que não seja apegado a estilos ou sistemas musicais, seja algum de tipo de gênio. O contrário desse gênio também existe, e creio que se possa chegar nesse estado de genialidade por meio do trabalho duro, e seguindo modelos e estilos musicais, ou até mesmo tonal. Considero esta via do compositor tonal que segue um estilo musical sendo mais complicada, já que esta via precisa lhe encaixa em um determinado público. Já o primeiro, o atonal (ou tonal), que segue qualquer estilo, pode ser mais fácil de encarar a vida musical, pois, se encaixa com mais facilidade em qualquer meio da música, pois, este não tem barreiras na criatividade.
O gênio e às duas criatividades
A meu ver, creio que genialidade não se limita apenas a característica da criatividade espontânea, ela pode ser mais que isso, possa ser a quebra de um sistema harmônico, pode ser a construção de um movimento musical na sociedade, ou até a forma que o sujeito interaja com a música, pode ser tudo que fuja do convencional. Um exemplo que contrapõe a criatividade espontânea ao ver, e aqui uso o meu próprio método é, que criação das minhas músicas têm como origem o título, elas não nascem na maioria das vezes de uma melodia, e sim de um título, e às vezes, seguindo o que foi dito antes sobre por limites, eu trabalho com os limites da criação utilizando apenas a letras do título da música.
Eu não sou espontâneo melodicamente falando, sigo a base de criação de Stravinsky (1882 – 1971), que é: “Muito antes de nascerem as ideias, começo a estabelecer as relações rítmicas entre os intervalos. Só depois de ter estabelecido minhas relações harmônicas ou melódicas é que passo à composição.”, ou seja, minha base criativa está no estudo de intervalos musicais, conhecendo as suas relações, e a série harmônica. Posso dizer que no meu processo de criação, como já citado, usando as letras dos títulos das músicas como referencial teórico para a cifra, que isso é um processo de criatividade limitado, podendo ser considerado interessante.
Hoje há criatividade exposta para todas as pessoas?
Hoje acredito que vivemos em uma hegemonia tonal de um mercado de canções, então não acredito que todos tem acesso de forma direta ao que vá além do que é convencional, muito do que é ouvido está neste modelo criativo seguindo as estruturas das canções e nada mais além, claro que falo isso se você esperar que o mercado da música lhe ofertar algo diferente do mercadoria pop por conta própria.
Portanto, vejo a necessidade do fim da hegemonia tonal, ou seja, para mim deve-se renascer mais uma tentativa, e que dessa vez seja mais ousada em questionar o sistema tonal e a hegemonia das canções, porque esta se encontra acomodada por muito tempo no mercado musical de massas. Mas, dessa vez, o atonalismo deve ser de fácil acesso popular, nada hermético ou com uma linguagem acadêmica sofisticada, essa barreira mental da academia deve ser derrubada, porque ela põe cada um em determinada bolha. Para os compositores, digo: não fiquem apenas no sistema tonal, porque ele gera comodismo ao compositor, e consequentemente esse comodismo passa para o ouvinte. A criatividade pode ser mais bem desenvolvida, mas como fazer isso sem acabar se parecendo com um louco? Uma boa forma, é variar os estilos, ou pelo menos tentar. Conseguir se adaptar a todos os estilos, tonal, atonal, dodecafonismo, serialismo, e quem sabe até o sistema microtonal, para srr mais direto: seguir todas as formas de música é a solução de criar algo longe do convencional, longe comodismo.
O que quero dizer com essa absolvição de conteúdo como fuga do convencional, é que ela pode ajudar na criatividade, mudar a estrutura dos compositores e dos ouvintes, despertar o interesse para novas possibilidades na música. Uma nova cena musical pode despertar uma nova influência na criatividade musical.
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